domingo, 7 de março de 2010

21:12


Por muito tempo fui capaz de seguir sozinha, com as mãos dentro dos bolsos. Hora ou outra apareciam alguns que tentavam segura-las, mas eu não dava chance.
De repente alguém, de surpresa, a puxou com força e segurou delicadamente. Eu não sabia bem quem era, não sabia a razão, mas talvez por curiosidade, por me sentir segura não quis coloca-las novamente nos bolsos. E prossegui, com uma mão segurada por você e outra ainda ali, escondida em meu bolso.
Haviam outros que ao passar tentavam me levar, me tirar de ti, mas eu me sentia bem ali, me sentia de certa forma protegida.
Quando dei por mim, percebi que minha mão estava ficando fria e eu podia sentir o vento batendo nela. Era sua mão, que não mais segurava com tanta precisão a minha. E eu, que não me lembro mais como fazia para mate-lá aquecida, entro em profundo incomodo e vejo agora só as pontas de meus dedos ligadas a você, e quanto mais o tempo passa, mais me desligo sem saber o porque, sem nada poder fazer...Não consigo nem ao menos ver, mas por dedução sei que alguém te puxa a outra mão. E você, que não foi forte o bastante, está se distanciando. Nesse mesmo exato momento vejo pessoas ao meu lado, que esteve por tanto tempo tentando seguir junto a mim, vejo pessoas que se sentem satisfeitas apenas em esquentar minhas mãos. Mas você talvez a segurou por certo tempo, porque assim também esquentaria a sua. E por mais que me doa, por mais que não seja o mesmo calor, talvez seja hora de juntar minha mão a de outro alguém. Não por vontade minha, mas por falta de vontade sua.

Um comentário:

  1. Não tenho palavras para dizer sobre este texto... É demonstração de puro sentimeno. Me fez chorar...

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