domingo, 9 de maio de 2010

Um antigo novo mal.


Havia tanta gente que eu nem podia caminhar, e o som era incessante, todas as luzes em meio ao escuro, tantas vozes abafadas por uma batida constante. Normalmente tudo isso me parece bem vazio, mas dessa vez existia algo que me puxava em direção de qualquer coisa, em direção de tudo, eu diria. Tudo me levava até você, ou era você que talvez sem perceber disfarçadamente aproximava-se de mim. E já conheço seus jogos, seu jeito, seu beijo, mesmo assim me deixo levar por mais uma vez.
É bem a sua cara usar de minha suposta fragilidade para testar seu poder. Mas me diga se há algum problema ceder as minhas vontades se nada perco com tal ato, se dessa vez não tenho nada a perder, pois nada aqui tenho.
Com tal pensamento, na verdade com pensamento algum, pois nada parava em minha cabeça, te deixo me levar. De repente, na medida em que seus lábios iam encostando-se nos meus, todas aquelas pessoas desapareciam, o fato de tantos corpos ocuparem o mesmo local já não me incomodava, pois o único corpo que eu sentia era o seu e a única coisa que eu podia escutar o Dub que te fazia inquieto.
Logo alguns minutos se passaram e sem nem ter me despedido precisei ir. Fora de tanto tumulto, longe de você, aí sim consegui tomar o fôlego necessário para respirar e pensar, o que os seus braços não me permitiam fazer.
Posso dizer que não foi algo indiferente, mas também não foi assim tão incomum. Não digo que me “reapaixonei”, pois provavelmente, por você eu não havia me apaixonado antes, só posso afirmar, ainda sinto que a distância deve continuar sendo mantida por questão de segurança, eu não tenho estrutura para esse antigo novo mal.

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